Pesquisadores da FIC publicam livro "Jornalismo de Bodó" sobre a relação entre imprensa e políticos no AM
Por Pedro Henrique*
Foi publicado nesta sexta-feira, (31), o livro "Jornalismo de Bodo", de autoria dos pesquisadores da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal do Amazonas (FIC/ Ufam) Gabriel Ferreira e Gleilson Medins. O livro em formato digital (e-book) apresenta um debate sobre o Jornalismo amazonense pautado nas práticas que conduzem a profissão (ética, direitos humanos, liberdade de expressão e de imprensa) além dos desafios enfrentados na região por jornalistas que cobrem, principalmente as pautas de política no Amazonas.
A obra tem como objetivo debater práticas jornalísticas em um recorte regional e por isso tem a colaboração de outros jornalistas, que compartilham suas experiências e mostram a realidade do Jornalismo amazonense, no cenário político. O debate traz a relevância da liberdade jornalística e a maneira tóxica que ela se apresenta no Amazonas, com o desrespeito que ocorre, principalmente, por parte das autoridades políticas, em especial na cidade de Manaus.
O título do livro é inspirado em uma fala do prefeito de Manaus, David Almeida, como explicou o professor Gabriel Ferreira. "Uma das coisas que a gente faz é ressignificar o termo "jornalismo de bodó", que foi cunhado pelo prefeito de Manaus, David Almeida, em um ato de violência contra um jornalista. E a partir daí a gente faz várias discussões sobre essas questões que são postas assim, que foram escalando desde a eleição do Bolsonaro em 2018 e a extrema-direita está tomando conta, inclusive, da política amazonense", disse.
Gleilson Medins define a obra como um "revide regional e militante a uma postura de opressão política".
"O Jornalismo de Bodó" é grito de insurgência frente a todo o poder que algumas autoridades políticas amazonenses acham que tem sobre a imprensa e sobre o trabalho jornalístico. Apesar de ser um recorte regional, a obra reflete também o cenário jornalístico nacional (infelizmente). Precisamos discutir cada vez mais se há de fato uma fato liberdade de imprensa neste país, ou apenas liberdade de empresa. A subjetividade jornalística não pode ser usurpada por 'coronéis de barranco'. Profissionais de imprensa, principalmente o jornalista, é (ou deveria ser) um dos mais intelectualizados da sociedade, para ajudá-la a pensar criticamente, mas para isso seu pensamento também precisa ser livre", declarou o autor.
*Repórter da Comissão de Comunicação da FIC-Ufam, sob a supervisão do Prof. Me. Gabriel Ferreira
A obra está disponível para baixar de forma gratuita no link.
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